terça-feira, 18 de janeiro de 2011

CAIU NA REDE É PÍXEL







(c)oração a São Sebastião

ó glorioso,
sejamos
testemunhas do amor
nossa esperança

defendei os nossos dons
para nosso bem

e defendei-nos do mal
o maior de todos
os pecados

assim se deseja
que(m) seja

CHIPS – o prazer da batata & o poder do circuito –

QUE NÃO SEJA IMORTAL POSTO QUE É FOGO QUE ARDE SEM SE VER

Novos Haicontos de Alice Barreira.

VIDA A UM
Ainda reclama de mim e se acha infeliz. E eu, que nem posso dar uma saidinha, que tenho que ficar comigo 24 horas por dia?

NEM TODO HOMEM É UMA ILHA
Hoje encontrei novas pegadas. Desconfio que Sexta Feira anda me traindo.

ENFIM SÓS
Eu nem me toco.
Ela nem se mete.

RAINHA
Eu aqui feita de costela e ele roendo o meu osso.

NA SAÚDE E NA DOENÇA
Eu disse que fazia tudo, que ele não precisava se preocupar, e fui abraçar. Foram, o quê? Três tiros, eu acho. Sabe que foi comigo mas eu não consigo ter certeza? Agora aqui, nessa cadeira de rodas. Eu sei falar inglês, podiam me aproveitar, não é?

DOCE LAR
Meu avô em cima da cama, só pele e osso, comido pelo câncer, e falando o nome dela sem parar. Minha avó do lado, fingindo que não escutava. O nome da outra.

MEUS CAROS AMIGOS NA MESA 5!

Sai uma crônica estupidamente gelada para quem está de cabeça quente! E não esqueça que nas boas bancas do ramo você encontra a revista Caros Amigos, com esse texto e muito mais. Caros Amigos - nunca do que melhor e melhor do que nunca!

AGENDA 2011

Ano novo: tempo de grandes decisões! Sim, porque não basta abortar o aborto. Temos que descobrir o que um embrião pode comprar, como um feto pode ter seu próprio cartão de crédito e até seu celular intra-uterino, por que não? Vamos sonhar grande, gente! Copa do Mundo e Olimpíada é pouco. Vamos democratizar o maior esporte da humanidade: o genocídio. Impossível? Com garra e perseverança nada é impossível. Que tal uma nova loteria, onde toda semana o feliz sorteado ganhe o direito de matar cem pessoas à sua escolha, hã? E campanhas na internet: “Você também pode matar alguém de fome. Participe, colabore!”

Então, pessoal, temos nas mãos um ano novinho em folha. Vamos lá! Vamos criar bombardeios ecológicos. Isso! Bombas que arrasem os países mas deixem intactas plantas e anglo-saxões. E ofereçam desconto nas emissões de carbono. Já imaginaram? Matar iraquianos e afegãos e ainda despoluir o planeta? É desses exemplos que nossas crianças precisam, para crescer e se tornar cidadãos que lutem pelas melhores tradições de nossa civilização.

E os mortos? Os mortos são muito injustiçados. Só porque alguém morreu não pode mais votar nem comprar nem casar e ter filhos. Está certo isso? Afinal, qual a diferença entre estar vivo ou morto hoje em dia? Você vai dizer que um morto não respira, não se alimenta nem sai andando por aí. Mas com esses engarrafamentos, o ar poluído desse jeito e essas comidas fast-food cheias de glúten e gordura trans, quem é que ainda quer respirar, comer e se locomover? Os mortos é que estão certos. Eles é que são vivos.

Então, pessoal, avisem ao Vaticano, ao Obama e ao G-20 que já temos a agenda para 2011: vamos matar e vamos morrer. Que nem moscas.

AUTOPEÇAS LITERÁRIAS CARDOSÃO

Pier Paolo Pasolini, o genial cineasta italiano morto a pauladas pelos mesmos neo-fascistas que pariram e amamentaram Berlusconi, também era um grande e polêmico escritor. Confira o poema dele.

A UM PAPA

Poucos dias antes de morreres, a morte
pousou os olhos em alguém da tua idade:
aos vinte anos, tu estudavas, ele era pedreiro,
tu, nobre, rico, ele, um rapazote plebeu:
mas os mesmos dias douraram sobre vós
a velha Roma, voltando a dar-lhe a sua juventude.
Vi os seus despojos, pobre Zucchetto.
Andava de noite, bêbado, à volta dos Mercados,
e um eléctrico que vinha de San Paolo atropelou-o
e arrastou-o por uns metros de carris no meio dos plátanos:
durante umas horas ficou ali, sob o rodado:
poucas pessoas se juntaram em redor, olhando-o,
em silêncio: já era tarde, havia pouca gente.
Um dos homens que existem para que tu existas,
um velho polícia, desbocado como todos os patifes,
gritava aos que se aproximavam mais: «Larguem-lhe os colhões!»
Depois veio uma ambulância buscá-lo:
as pessoas desapareceram, só ficaram uns grupos aqui e acolá,
e, mais à frente, a dona de um cabaré,
que o conhecia, disse a um recém-chegado
que Zucchetto tinha ficado debaixo de um eléctrico, que estava morto.
Poucos dias depois, morrias tu: Zucchetto era um
dos do teu grande rebanho romano e humano,
um pobre bêbado, sem família nem leito,
que andava de noite, vivendo ao deus-dará.
Tu ignoravas: como ignoravas
outros milhares e milhares de cristos como ele.
Talvez seja cruel ao perguntar por que razão
a gente como Zucchetto é indigna do teu amor.
Há lugares infames, onde mães e filhos
vivem na poeira antiga, na lama de outras eras.
Não muito longe de onde tu viveste,
à vista da bela cúpula de San Pietro,
fica um desses lugares, o Gelsomino...
Um monte cortado ao meio por uma pedreira, e no sopé,
entre um charco e uma fieira de prédios novos,
um montão de tugúrios miseráveis, não casas mas pocilgas.
Bastava um gesto teu, uma palavra,
para esses teus filhos terem uma casa:
nunca fizeste um gesto, nunca disseste uma palavra.
Ninguém te pedia que perdoasses Marx! Uma vaga
imensa que irrompe sobre milénios de vida
te separava dele, da sua religião:
mas não se fala, na tua religião, de piedade?
Milhares de homens sob o teu pontificado,
diante dos teus olhos, viveram em estábulos e pocilgas.
Tu sabias que pecar não é fazer o mal:
não fazer o bem, isso sim, é que é pecar.
Quanto bem podias tu ter feito! E não fizeste:
não houve quem mais pecasse do que tu.

Pier Paolo Pasolini, em Poemas, tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Portugal.

2222 – Flor do Lácio – Áfricas, via Copacabana

Atenção passageiros, começou a circular o 2222, nosso ônibus anfíbio que parte para as Áfricas, em busca das sementes da última flor do Lácio. Desta vez trazemos mais um texto de...
ONDJAKI
... o escritor angolano nascido em Luanda, em 1977. Prosador e poeta, também escreve para cinema e co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (“Oxalá cresçam pitangas – histórias de Luanda”, 2006). Já teve livros traduzidos para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco e chinês. Aqui nos Brasis seu romance AvóDezanove e o Segredo do Soviético ganho, o Prêmio Jabuti na categoria Juvenil, em 2010.

AS PRIMAS DO BRUNO VIOLA
para o Bruno Ferraz

As festas na casa do Bruno Viola tinham sempre muitos bolos e salgados, música bem alta, boa jantarada tipo feijoada ou churrasco, e muita, muita gasosa. Mas nós, os rapazes da rua Fernão Mendes Pinto, gostávamos mesmo era das primas do Bruno. O Bruno Viola tinha umas primas muito bonitas.

Uma tinha o cabelo assim bem liso e loiro, vinha do Bairro Azul com umas saias bem curtas que todo mundo queria dançar slow com ela. Primeiro era o Bruno que, mesmo sendo primo, sempre gostava de dançar apertado com as primas dele. Lembro até hoje: os cabelos dela cheiravam a um amaciador de abacate que uma pessoa no meio da dança até quase que ficava nas nuvens. Esse cheiro se misturava com o perfume que era o mesmo que a mãe dela usava. A camisa era preta e branca às riscas com um ursinho mesmo em cima da mama esquerda dela. A saia era jeans azul pré-lavado que nessa época estava na moda. O Bruno já tinha dançado com ela, o Tibas também. Era a minha vez e eles ficaram cheios de inveja porque puseram aquela música do Eros Ramazzotti que durava onze minutos.

O meu nariz perdia-se entre o pescoço suado dela e os cabelos loiros, compridos. Às vezes é só assim, um gajo apanha esse slow bem comprido que dá tempo de falar bué com a dama. Todos a olharem para mim na minha sorte demorada, até as pernas já me doíam do cansaço de estar a dançar tão devagarinho com a prima do Bairro Azul.

Outras primas também estavam na festa: a Filipa, que era da nossa idade; a Eunice, mulata linda e cambaia, que tinha vindo do Sumbe; e a Lara, que era um pouco mais velha, já tinha as mamas grandes como as mulheres adultas, também já punha perfume de mais-velha, e era uma moça que tinha viajado muito, acho eu, porque tava toda hora a falar de Paris. Então foi isso: enquanto eu dançava a música do Eros Ramazzotti, a Lara olhou para mim com um olhar bem estranho. Eu fechei os olhos, dei um beijinho disfarçado no pescoço da prima do Bruno. Um sabor salgado me ficou na boca e eu gostei.

A música acabou, abri os olhos. A prima do Bairro Azul sorriu para mim, mas eu duvidei que aquilo significasse alguma coisa. Ela tava muito doce no sorriso dela, mas acho que ela gostava mesmo era do Tibas. Fui buscar uma gasosa, era uma fanta daquelas bem cor de laranja que até inchava a língua. A música tinha parado, estavam nos preparativos do «parabéns a você». Vi a Lara olhar de novo para mim.

O Pequeno, um miúdo também da minha rua, é que imitava muito bem a voz da Lara. Era uma voz diferente, para uma rapariga, difícil mesmo de imitar ou de explicar. Mas pode-se dizer que era uma voz grossa, muito grossa e rouca. E o Pequeno imitava assim a Lara: «ó pá, eu já fui a Paris, pá, vocês conhecem Paris?». Ele fazia a voz grossa e a malta toda ria, não era preciso dizer nada, todo mundo imaginava a pessoa que falava assim.

A Lara olhava para mim, eu olhava para a Filipa, e o Tibas falava com a prima do Bairro Azul. A Filipa, irmã da Lara, era muito bonita, e até na rua diziam que eu e ela tínhamos de namorar mas isso ainda nunca tinha acontecido. Mas, sim, eu achava a Filipa muito bonita, tinha uma pele escura tipo indiana dos filmes que muitos rapazes da minha rua ficavam atrapalhados a olhar para ela. Começaram a cantar os parabéns. Todo mundo olhava para o centro da mesa onde estava o bolo horroroso e cheio daquele glacê adocicado que enjoa. Eu ouvi a voz, lá longe, do outro lado, perto da bomba de água e da bananeira, a chamar o meu nome. Ouvi mesmo bem, mas fingi que não era comigo.

A voz continuava. Era uma voz grossa tipo um instrumento de tocar jazz. Primeiro baixinho, só dum coro. Depois, naquela parte que se canta «hoje é dia de festa, cantam as nossas almas», e todo mundo já grita bem alto, a Lara me ameaçou com a voz dela:

– Vem cá, não tás a ouvir?

Tive que ir.

A bomba de água disparou, fez um barulho esquisito. A Lara tava sentada numas escadas que já tinham sido invadidas por trepadeiras enormes. Fez-me sinal com a mão para eu me sentar perto dela. Tinha as pernas meio abertas como fazem os rapazes, sentada uma posição que a minha avó Agnette me disse que as meninas nunca se deviam sentar. E falou-me com a voz grossa:

– Anda cá, senta-te aqui perto de mim.

Eu olhei lá para dentro, não consegui ver ninguém. Tava escuro e o lugar só cheirava à trepadeira e ao perfume pesado da Lara. Ela apertou-me no braço, quando eu ia sentar, e sentou-me no colo dela. Não falou nada, ficou só a respirar perto da minha cara. Tinha também um suor molhado no pescoço.

– Dá-me um beijo na boca... – ficou a olhar para mim com uma cara quieta. – Com a língua também.

Puseram música de novo, uma música bem animada, que nós chamávamos de «alice stein», mas que era na verdade uma música dos Kassav. Eu transpirava, aquela já era uma situação muito séria, a Lara era muito assanhada, até diziam que ela já tinha feito malcriado com rapazes mais velhos. Estava bem atrapalhado eu, ela me segurava no braço com força.

– Dá-me lá um linguado – ela disse com a voz mais rouca e a fechar os olhos.

Uma pessoa quando é criança às vezes não sabe que é bom ter medo e deixar certas coisas acontecerem. Não sei como seria o tal «linguado», mas tive medo que a Lara, com a voz dela e as mamas grandes e os perfumes franceses, tive medo que a Lara me beijasse de um modo que eu nem sabia bem qual era.

A mãe do Bruno me chamou para eu comer o bolo horroroso com glacê e eu gritei logo acusando o lugar:

– Tou aqui, tia Luna.

O Tibas e a prima do Bairro Azul vieram com um pires e uma fatia enorme que eu tive mesmo que comer. Muita gente se aproximou das escadas das trepadeiras. A Lara sentou-se de outra maneira, endireitou o vestido e o cabelo. Do meu pires tirava pedaços de bolo que comia muito devagar, e chupava os dedos cheios de glacê branco sem parar de olhar a minha boca.

O Bruno Viola tinha primas muito bonitas e uma prima com uma voz muito grossa, como se fosse um instrumento de tocar jazz.

AVISO AOS NAUFRAGANTES

PROGRAMÃO DE FÉRIAS: VERÃO LITERATURA BRASÍLIA

O poeta Paco Cac dá um banho de literatura no Planalto Central do País. Confiram a programação (é só clicar em cima do folheto). E ganhem ou empatem! Isto é: não percam!

PREPARE O SEU ORELHÃO PRAS COISAS QUE EU VOU CONTAR



O poeta Fabrício Corsaletti lê o poema SEU NOME, que faz parte do livro Esquimó, lançado pela Companhia das Letras.

BARATA VOA – vale tudo, menos porrada

INVENTAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO

Deus quando pegou Adão e tirou uma costela estava só querendo fazer um churrasco. Mas o Todo-Poderoso se empolgou e acabou inventando a mulher. Assim também são as invenções humanas...

9560 a.C –
o homem descobre o fogo. Só que ele não sabe ainda como é que apaga aquele troço, acaba tacando fogo na caverna e atrasando por dois milênios o final da Pré-História.

3005 a.C. – egípcios criam a tábua de logaritmos. Mas ela é usada apenas para passar roupa.

490 a.C. – babilônios estabelecem o primeiro calendário, com 28 meses, possibilitando um enorme desenvolvimento das vendas a prazo.

200 d.C. – o romano Amyr Klinkius vai se banhar no Mar Adriático, percebe que a água afunda e lança as bases do Empirismo no mundo ocidental. A ideia só não se espalhou mais depressa porque Klinkius morreu afogado antes de comunicar sua descoberta ao mundo.

1267 – o inglês Roger Bacon inventa os óculos. Mas como não sabe onde largou os seus, não consegue encontrar sua invenção e anunciá-la ao mundo.

1410 – Gutemberg briga com Guarabira, resolve fazer um jornalzinho só para falar mal do ex-parceiro e acaba inventando a imprensa.

1610 – após breve discussão familiar sobre a posição dos talheres na mesa e do Sol no Universo, Galileu Galilei atira sua sogra pela janela e estabelece as leis que regem a queda livre dos corpos. Já a sogra denuncia Galileu ao papa e descobre com quantos graus se cozinham os genros.

1759 – Umberto Eco-Sistema estuda a formação e a composição dos gases e enuncia a diferença entre peido e arroto.

1858 – com seu revolucionário método de seleção natural dos atletas, Charles Darwin ganha a primeira Copa do Mundo.

1879 – Tomas Edison inventa a lâmpada e fica famoso. Seu cunhado inventa a conta de luz e fica milionário.

1890 – Pasteur faz uma exposição com todos os seus inventos. Mas a crítica acha que seus trabalhos estão muito pasteurizados.

1906 – Santos Dumont cria o 14 Bis.

1907 – Santos Dumont abandona o 14 Bis e parte para uma carreira solo.

1929 – Santos Dumont arranja um emprego de aeroporto no Rio de Janeiro. Mas, ao ser descoberto fazendo avião para o tráfico, é fechado para pouso e decolagem.

1932 – aos 11 anos de idade, o pequeno Christian Dior é expulso de casa pela mãe, sob a acusação de estar inventando moda.

1938 – Einstein revoluciona a clínica geral, criando o sistema de amostragem da língua no exame médico.

1959 – o cientista italiano Giuseppe Influenza, da Universidade de Contaggio, faz a primeira transmissão ao vivo e a cores de doenças infecto-contagiosas.

1992 – o romeno Glinter Netuc inventa a internet e possibilita que finalmente a humanidade tenha acesso a absolutamente tudo que ela não precisa.

2012 – Barakinho, o neto de Barak Obama, descobre para que serve aquele botãozinho vermelho escondido na sala do vovô e dá início à Terceira Guerra Mundial.

2058 – o homem torna a descobrir o fogo.

THAT’S ALL, FOLKS!

O homem está na cidade
como uma coisa está na outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade

mas variados são os modos
como uma coisa
está em outra:
o homem, por exemplo, não está na cidade
como uma árvore está
em qualquer outra
nem como uma árvore
está em qualquer uma de suas folhas
(mesmo rolando longe dela)
como uma árvore está num livro
quando um vento ali a folheia

a cidade está no homem
mas não da mesma maneira
que um pássaro está numa árvore
não da mesma maneira que um pássaro
(a imagem dele)
está/va na água
e nem da mesma maneira
que o susto do pássaro
está no pássaro que eu escrevo

a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa

cada coisa está em outra
de sua própria maneira
e de maneira distinta
de como está em si mesma

a cidade não está no homem
do mesmo modo que em suas
quitandas praças e ruas

Buenos Aires
Maio/outubro 1975

(Trecho final do livro Poema Sujo, que o poeta Ferreira Gullar escreveu no exílio, em Buenos Aires, já sem passaporte, com a ditadura militar argentina assassinando a oposição. Gullar escreve esse poema como se estivesse dando seu último depoimento vivo. O Instituto Moreira Salles lançou no mês passado um vídeo com o poeta lendo todo esse seu longo e belo texto.)

PLEASE MISTER POSTMAN


Meu e mail: cesarcar@uninet.com.br

©Cesar Cardoso, 2011. Todos os direitos e esquerdos reservados. Que as lêndeas mancas dos piolhos infectados de 18 mil camelos tísicos infestem as partes pudendas de quem publicar algum texto daqui sem avisar nem dar meu crédito.