quinta-feira, 2 de dezembro de 2010









NO VERMELHO PISCANTE GIRE COM CUIDADO
é a exposição de fotografias
que estou apresentando no Centro Cultural Carioca
(horários e outras informações no convite a seguir).
As fotos colocadas aqui fazem parte de três séries:
trans / forma / dores (a primeira),
deslocament o (as duas do meio)
e alfabetos (as duas debaixo).

As 34 fotos que compõem essa mostra são recortes urbanos
que procuram perguntar: que vozes nos falam
diariamente das ruas da cidade? E o que nos dizem (ou nos ordenam)?
Aqui vemos transformadores, esses estranhos
animais metálicos e pré-históricos que nos espreitam do alto dos postes;
rabiscos recortados como se fossem algum alfabeto desconhecido;
e retrovisores cumprindo sua função de olhar para trás
e nos trazendo o passado colonial.

Cada um desses trabalhos se inclui numa série.
E a série cumpre papel de inventário de imagens,
busca realizar um trabalho que segue aberto, sem fim, gerúndio
e, por fim, cria uma noção de narrativa,
um texto escrito por imagens.

Lembre-se: no vermelho piscante, gire com cuidado.

2222 - FLOR DO LÁCIO - ÁFRICAS, VIA COPACABANA


Nosso ônibus anfíbio segue sua viagem. Por favor, fale ao motorista tudo que lhe der na telha. Vamos às Áfricas, sempre tão plurais. E no meio de todos esses “Esses”, nosso caminho é pelas Áfricas de língua portuguesa, tão próximas entre si e de nós. E todos tão distantes. Quem são? Quem somos? As Áfricas e a última flor do Lácio.

ONDJAKI
O escritor angolano Ondjaki nasceu em Luanda, em 1977. prosador e poeta, também escreve para cinema e co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (“Oxalá cresçam pitangas – histórias de Luanda”, 2006). Já teve livros traduzidos para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco e chinês, é mole? Aqui nos Brasis seu romance AvóDezanove e o Segredo do Soviético ganhou, o Prêmio Jabuti, na categoria Juvenil, em 2010.

A PISCINA DO TIO VÍCTOR
para o tio Víctor que nos dava prendas-do-dia. Para a «Buraquinhos».

Quando o tio Víctor chegava de Benguela, as crianças até ficavam com vontade de fugar à escola só para ir lhe buscar no aeroporto dos voos das províncias. A maka é que ele chegava sempre a horas difíceis e a minha mãe não deixava ninguém faltar às aulas.

Então era em casa, à hora do almoço, que encontrávamos o tio Víctor. E o sorriso dele, gargalhada tipo cascata e trovão também, nem dá para explicar aqui em palavras escritas. Só visto mesmo, só uma gargalhada dele já dava para nós começarmos a rir à toa, alegres, enquanto ele iniciava umas magias benguelenses.

– Isto vocês de Luanda nunca viram – abria a mala onde tinha rebuçados, chocolates ou outras prendas de encantar crianças, mais o baralho de cartas para magias de aparecer e desaparecer o ás de ouros, também umas camisas posteradas que nós, «os de Luanda», não aguentávamos.

À noite deixávamos ele jantar e beber o chá que ele gostava sempre depois das refeições. Devagarinho, eu e os primos, e até alguns amigos da rua, sentávamos na varanda à espera do tio Víctor. É que o tio Víctor tinha umas estórias de Benguela que, é verdade, nós os de Luanda até não lhe aguentávamos naquela imaginação de teatro falado, com escuridão e alguns mosquitos tipo convidados extra.

Eu já tinha dito ao Bruno, ao Tibas e ao Jika, cambas da minha rua, que aquele meu tio então era muito forte nas estórias. Mas o principal, embora ninguém tivesse nunca visto só uma foto de admirar, era a piscina que ele disse que havia em Benguela, na casa dele:

– Vocês de Luanda não aguentam, andam aqui a beber sumo Tang!

Ele ria a gargalhada dele, nós ríamos com ele, como se estivessem mil cócegas espalhadas no ar quente da noite.

– Nós lá temos uma piscina enorme – fazia uma pausa dos filmes, nós de boca aberta a imaginar a tal piscina. – Ainda por cima, não é água que pomos lá – eu a olhar para o Tibas, depois para o Jika:

– Não vos disse?

O tio Víctor continuou assim numa fala fantasmagórica:

– Vocês aqui da equipa do Tang não aguentam…, a nossa piscina lá é toda cheia de Coca-Cola!

Aí foi o nosso espanto geral: dos olhos dos outros, eu vi, saía um brilho tipo fósforo quase a acender a escuridão da varanda e assustar os mosquitos, nós, as crianças, de boca aberta numa viagem de língua salivada, outros a começarem a rir de espanto, de repente todos gargalhámos, o tio Víctor também, e rebentámos numa salva de palmas que até a minha mãe veio ver o que se estava a passar.

Agora já ninguém me perguntava nada, falavam directamente com o tio Víctor, queriam mais pormenores da piscina e ainda saber se podiam ir lhe visitar um dia destes.

– Vai todo mundo – o tio Víctor riu, olhou para mim, piscou-me o olho. – Vem um avião buscar a malta de Luanda! Preparem a roupa, vão todos mergulhar na piscina de Coca-Cola, nós lá não bebemos desse vosso sumo Tang…

– Ó Víctor, pára lá de contar essas coisas às crianças – a minha mãe chegou à varanda.

Ele piscou-lhe o olho e continuou ainda mais entusiasmado.

– Não tem maka nenhuma, pode ir toda malta da rua, temos lá em Benguela a piscina de Coca-Cola… Os cantos da piscina são feitos de chuinga e chocolate!

Nós batemos palmas de novo, depois estreámos um silêncio de espanto naquelas quantidades de doce.

– A prancha de saltar é de chupa-chupa de morango, no chuveiro sai fanta de laranja, carrega-se num botão ainda sai sprite… – ele olhava a minha mãe, olhos doces apertados pelas bochechas de tanto riso, batemos palmas e fomos saindo.

Quando entrei de novo em casa, fui lá para cima dizer boa noite a todos. Passei no quarto do tio Víctor, ele tinha só uma luz do candeeiro acesa.

– Tio, um dia podemos mesmo ir na tua piscina de Coca-Cola?

Ele fez assim com o dedo na boca, para eu fazer um pouco-barulho.

– Nem sabes do máximo… No avião que vos vem buscar, as refeições são todas de chocolate com umas palhinhas que dão voltas tipo montanha-russa!, lá em Benguela há rebuçados nas ruas, é só apanhar – e ficou a rir mesmo depois de apagar a luz, até hoje fico a perguntar onde é que o tio Víctor de Benguela ia buscar tantas gargalhadas para rir assim sem medo de gastar o reservatório do riso dele.

Fui me deitar, antes que a minha mãe me apanhasse a conversar àquela hora. No meu quarto escuro quis ver, no tecto, uma água que brilhava escura e tinha bolinhas de gás que faziam cócegas no corpo todo. Nessa noite eu pensei que o tio Víctor só podia ser uma pessoa tão alegre e cheia de tantas magias porque ele vivia em Benguela, e lá eles tinham uma piscina de Coca-Cola com bué de chuínga e chocolate também. Vi, também no tecto, o jeito dele estremecer o corpo e esticar os olhos em lágrimas de tanto rir.

Foi bonito: adormeci, em Luanda, a sonhar a noite toda com a província de Benguela.

(Do livro de contos Os da Minha Rua, de Ondjaki, editora Língua Geral.)

MERCADO FINANCEIRO - os melhores investimentos para o seu dinheiro


O mercado amanheceu nervoso. Muito nervoso. Foi necessário colocá-lo numa camisa de força e dopá-lo com bons medicamentos de última geração. Antes de apagar, ele balbuciou “Cérbero, procurem por Cérbero”. Então seguimos a tendência do Mercado e aí estão três grandes escritores falando do Cão que guarda as portas do Inferno.
Primeiro José Jorge Letria que, num belíssimo livro ilustrado por seu filho André Letria, faz versos para inúmeros animais fantásticos que povoam nossos sonhos ou pesadelos desde tempos imemoriais. Depois, o mago Borges e seu texto sobre o cão dos demônios d’O Livro dos Seres Imaginários, uma obra-prima que eu vivo reabrindo ao acaso e relendo. E por fim, Dante e sua Divina Comédia. Sem comentários. Podem investir que é retorno na certa!


O Cérbero

Segundo rezam os mitos
que vêm da Grécia Antiga,
não sou um cão qualquer
que se afoite numa briga.
Deram-me três cabeças
para melhor me defender
e disseram-me que assim
não me haviam de vencer.
A missão que me apontavam
era árdua e arriscada:
vigiar a vida inteira
às portas da mafrugada.
Quem tivesse a intenção
de fazer a travessia,
antes de ver Caronte
comigo se mediria.
De mim nada mais digo
que o mundo a que pertenço
é de treva e não de luz,
é estreito e não imenso.
Neste livro de animais,
uns fantásticos, outros não,
não há lugar para mim
nem para a minha solidão.

(José Jorge Letria, em Os Animais Fantásticos, com ilustrações de André Letria, editora Peirópolis.)

O Cão Cérbero

Se o Inferno é uma casa, a casa de Hades, é natural que seja guardada por um cão; também é natural que se pensa nesse cão como sendo hediondo. A Teogonia de Hesíodo lhe atribui cinqüenta cabeças; para maior comodidade das artes plásticas, este número foi reduzido e as três cabeças de Cérbero são de domínio público. Virgílio menciona suas três gargantas; Ovídio, seu tríplice latido; Butler compara as três coroas da tiara do Papa, que é porteiro do céu, com as três cabeças do cão, que é porteiro dos Infernos (Hudibras, IV, 2). Dante lhe confere características humanas que agravam sua índole infernal: barba imunda e negra, mãos de unhas compridas que dilaceram, em meio à chuva, as almas dos réprobos. Morde, ladra e mostra os dentes.

Trazer Cérbero à luz do dia foi o último dos trabalhos de Hércules. Um escritor inglês do século XVIII, Zachary Grey, interpreta assim a aventura:

“Este cão com três cabeças simboliza o passado, o presente e o futuro, que recebem e, por assim dizer, devoram todas as coisas. O fato de ter sido vencido por Hércules prova que as Ações heróicas são vitoriosas sobre o Tempo e subsistem na Memória da Posteridade.”

Segundo os textos mais antigos, Cérbero saúda com a cauda (que é uma serpente) os que entram no Inferno, e devora os que procuram sair. Uma tradição posterior mostra-o mordendo os que chegam; para apaziguá-lo, era costume por no ataúde um pastel de mel.

Na mitologia escandinava, um cão ensangüentado, Garmr, guarda a casa dos mortos e lutará com os deuses, quando os lobos infernais devorarem a lua e o sol. Alguns lhe atribuem quatro olhos; quatro olhos têm também os cães de Yama, deus brâmane da morte.

O bramanismo e o budismo oferecem infernos de cães, que, à semelhança do Cérbero dantesco, são verdugos das almas.

(Jorge Luis Borges, em O Livro dos Seres Imaginários. Tradução de Carmem Vera Cirne Lima. Editora Globo.)


Cérbero, dúplice animal, furioso,
às três goelas, ladrava sobre a gente
ali submersa, como um cão raivoso.

Tinha os olhos vermelhos, indecente
e suja a barba, e garras aguçadas,
com que lanhava os míseros à frente.

Ganiam, na água, as almas condenadas;
por proteger-se iam mudando de lado
girando uma sobre a outra, bem chegadas.

Ao ver-nos, Cérbero, o mastim, alçado,
abriu as bocas, demonstrando os dentes;
o corpo todo lhe fremia, arqueado.

(Dante, no Canto VI, do Inferno, na Divina Comédia. Tradução de Cristiano Martins, Editora Itatiaia.)

- LHUFAS - coisa com coisa nenhuma –


NOVOS HAICONTOS DE ALICE BARREIRA.

O FIM

Gregor pressentia. Já não sabia bem o que, mas pressentia que aquelas pessoas –
seriam mesmo sua família? – queriam se livrar dele, a qualquer custo. Esperou anoitecer e o silêncio tomar conta da casa. Mesmo com a maçã encravada nas costas, juntou todas as suas forças, conseguiu entreabrir a porta do quarto e fugir pela fresta. Na cozinha, subiu pela parede e alcançou um basculante aberto. Por ali teve acesso ao corredor do prédio, onde parou para descansar, na escuridão. Estava feliz, havia conseguido fugir da casa e daquelas pessoas. Teriam sido mesmo a sua família um dia? Pensar era tão cansativo! Estava assim absorto quando foi despertado pelo barulho do velho elevador. Entrou em pânico. E se o pegassem ali? Viu outro basculante semiaberto, de onde vinha uma pequena luz. Sem pensar, subiu pela parede e se esgueirou, entrando na casa vizinha. O cansaço e o medo faziam com que se movesse muito lentamente. Como por instinto seguiu a pequena luz e foi parar na sala. Lá, um abajur iluminava muito fracamente a mesa onde um homem escrevia. Gregor ficou olhando aquela cena, tinha algo familiar, o que era? Aquele homem curvado, escrevendo na semi-escuridão, quase clandestinamente. Gregor foi sentindo nascer dentro de si a certeza de que o conhecia. Quem? Tão encolhido, como se estivesse cometendo um crime. Sim, devia ser. Franz. Claro, era ele. Franz Kafka. Gregor juntou suas últimas forças e foi se aproximando, cada vez mais. Se esgueirando silenciosamente pelo espaldar da cadeira. O homem parou de escrever, como que pressentindo algo. Mas, antes que se virasse, Gregor usou suas últimas forças para apertar-lhe a garganta com suas antenas.


SONHOS

Sonhou que largava tudo, emprego, família, aquela vidinha e finalmente aprendia a tocar bateria. Acordou com as pancadas. Não as suas, na bateria sonhada. Não, em plena madrugada alguém esmurrava a porta do apartamento. Levantou assustado e foi correndo ver o que era. Pelo olho mágico viu a cara zangada do vizinho. Abriu a porta, sem entender, e o homem, ainda furioso, lhe disse:

- Sonhei que você sonhava que estava finalmente aprendendo a tocar bateria.

Mais surpreso ainda, ele confirmou. Realmente estava dormindo e sonhando que aprendia o instrumento de que tanto gostava. E o vizinho, ainda de mão fechada e quase mordendo os próprios dentes:

- Acontece que quando você toca no seu sonho, me acorda no meu sonho. Portanto, pare de sonhar com isso e trate de ficar acordado. Eu quero dormir, entendeu?

Deu meia volta, entrou no seu apartamento e bateu a porta com força।

MEUS CAROS AMIGOS NA MESA 5!


Aí vai minha crônica da revista Caros Amigos que já está nas boas bancas do ramo.

EM DIANTE

Oi, amor,

Te deixo esse bilhete pra dizer que você tem razão e que eu vou mudar minha vida. Passei a noite em claro e graças à internet pensei muito e já decidi tudo. Querida, lendo meus e mails eu percebi que a motivação pessoal é fundamental para o sucesso e me matriculei no curso de Comentários sobre o Sistema de Apuração Simplificada e o Preenchimento de Suas Fichas.

Você não deve estar acreditando, eu já falei que ia mudar outras vezes, mas agora é pra valer. E foi a internet que me abriu os olhos. A internet! Incrível como as coisas estão na nossa cara e a gente não vê. Mas eu já estou passando por mudanças. Quer ver? Me matriculei no MBA de Ferramentas na Gestão Corporativa e Potencializadora do Diferencial Produtivo Para o Desenvolvimento de Aptidões Empreendedoras.

Por essa você não esperava, hã? Minha transformação é radical, aquela que você sempre brigou pra eu fazer. Sim, porque você pensa que acabou? Não! Também vou fazer o Treinamento em Overview para a Dinâmica de Equipe na Travessia da Administração do Trabalho Gestor. E vou me capacitar para os Dez Conceitos de Justiça por Merecimento e Aprendizado Organizacional na Gestão Praticada. E tem mais: vou implantar os conceitos em foco, assentar parcerias estratégicas para o fechamento e constituir alianças que possibilitem. E também vou oferecer ferramentas específicas de percepção do perfil predador na postura proativa sob situações e vou criar cenários interativos e dialógicos à distância do repertório do olhar do interlocutor. Imagina só, meu bem: do olhar do interlocutor!

Amor, eu sou um novo homem. Você duvida? Pois eu provo: solicitei pra hoje mesmo o programa completo pela Central de Atendimento!

RINHA DE GALINHA


Por Don King –
nosso correspondente
na Academia Brasileira de Letras e Artes Marciais

Waaall, dois poetas num duelo. As armas escolhidas? Comprimidos. Sim, um pequeno sol de bolso, o mais prático dos sóis, como eles disseram. E quem são eles? Neste lado do ringue, A Fera das Laranjeiras, o Demolidor de Versinhos, Paulo Henriques Brito! No outro corner, com 80 quilos de poesia publicada, o homem que tem concreto nos punhos, o Geômetra do Nocaute, João Cabral de Melo Neto. E o pau come na casa de Noca! Holly shit!


PARA UM MONUMENTO AO ANTIDEPRESSIVO

Um pequeno sol de bolso
Que não propriamente ilumina
Mas durante seu percurso
Dissipa a espessa neblina

Que impede o outro sol, importátil
De revelar sem distorção
Dura, doída, suportável,
A humana condição

Paulo Henriques Brito, no livro Tarde, Cia das Letras.


NUM MONUMENTO À ASPIRINA

Claramente: o mais prático dos sóis,
o sol de um comprimido de aspirina:
de emprego fácil, portátil e barato,
compacto de sol na lápide sucinta.
Principalmente porque, sol artificial,
que nada limita a funcionar de dia,
que a noite não expulsa, cada noite,
sol imune às leis de meteorologia,
a toda hora em que se necessita dele
levanta e vem (sempre num claro dia):
acende, para secar a aniagem da alma,
quará-la, em linhos de um meio-dia.
*
Convergem: a aparência e os efeitos
da lente do comprimido de aspirina:
o acabamento esmerado desse cristal,
polido a esmeril e repolido a lima,
prefigura o clima onde ele faz viver
e o cartesiano de tudo nesse clima.
De outro lado, porque lente interna,
de uso interno, por detrás da retina,
não serve exclusivamente para o olho
a lente, ou o comprimido de aspirina:
ela reenfoca, para o corpo inteiro,
o borroso de ao redor, e o reafina.

João Cabral de Melo Neto, em A Educação pela Pedra, Editora Alfaguara-Objetiva.

IMPRESSÕES DIGITAIS

NINGUÉM SEGURA AS SUICIDAS!

Saiu a nova edição (n° 43) das Escritoras Suicidas. Os temas dessa vez são o escuro, a ausência e as miudezas. E as belíssimas imagens são da Adriana Versiani (e como se não bastasse, ela ainda tem textos na edição. É mole?) As convidadas da vez são as escritoras Angela Vieira Campos, Claudia Gomes, Julia Larré e Letícia Palmeira. E como sempre a seleção do Suicidas Futebol e Letras continua batendo um bolão. É só ir lá conferir: http://www.escritorassuicidas.com.br


VOCÊ JÁ BULIU NESTE BULE?

“Em um bule contém – comumente – café. O nosso BULE é diferente; nele contêm palavras... com um único propósito – fazer/comer/tomar/beber/discutir/divulgar literatura.

Bule pode significar Blog Unificado de Literatura e Escrita. Ou Brasil Unido pela Leitura. Ou pode não significar nada; apenas bule, objeto que possui uma conotação muito positiva para nós brasileiros. Adoramos sentar, jogar conversa fora enquanto tomamos um café, que pode ser ora amargo, ora doce, ou muito ralo. Os gostos variam. Os desgostos também. O nosso café tomaremos virtualmente – serão as palavras, os textos.

À falta de uma mesa de botequim, sente-se em frente ao computador. À falta de café, saboreie as palavras. Este é O BULE. Sejam todos bem-vindos.”

Esses são trechos da apresentação deste site literário. Vale a pena conhecer. E lá você pode ler quatro haicontos de autoria deste locutor que vos fala! Ah! O endereço:
http://o-bule.blogspot.com


O PÓ DAS PALAVRAS

Este é o título do novo livro de poemas de Claufe Rodrigues, que sai pela Editora Ponteio. Sobre a obra, o escritor Luiz Ruffato declarou: “São poemas que cantam o que a vida tem de mais simples (...), numa linguagem também simples, daquela simplicidade que levamos uma vida inteira de árduo trabalho para conquistar.” E o poeta Lêdo Ivo afirmou: “Neste O Pó das Palavras, de tão intenso teor coloquial, o friso subjetivo se engasta numa multidão de versos”.
Quem quiser comprar, pode ir a uma boa livraria do ramo ou então ir lá no site do Claufe:
http://www.clauferodrigues.com/


AUTOR NOVO E EDITORA NOVA NAS LIVRARIAS

A editora OFF FLIP acaba de lançar À Beira Do Lar, livro de estreia do contista Luis Vassallo. Com apresentação do escritor João Carrascoza, À Beira do Lar reúne contos premiados em concursos literários brasileiros, entre os quais o Prêmio OFF FLIP de Literatura.
(À Beira do Lar, de Luis Vassallo, Editora OFF-FLIP, 155 pp., R$ 30).

THAT’S ALL, FOLKS!

No caminho, antes, a gente precisava
De atravessar um rio inventado.
Na travessia o carro afundou
E os bois morreram afogados.
Eu não morri porque o rio era inventado
.

Manoel de Barros, em A Menina Avoada, do livro Exercícios de Ser Criança, Editora Salamandra.

PLEASE MISTER POSTMAN




Meu e mail: cesarcar@uninet.com.br

©Cesar Cardoso, 2010. Todos os direitos e esquerdos reservados. Que os piolhos infectados de 18 mil camelos infestem as partes pudendas de quem publicar algum texto daqui sem avisar nem dar meu crédito.