quarta-feira, 15 de julho de 2009

CHIPS – o prazer da batata & o poder do circuito –

PEQUENO INDICIONÁRIO DE NUTILIDADES – CAPÍTULO 2

Buliminda
[Do gr. Boulimina, fome de gracejos]
S.f.
Certo jogo infantil em que participantes do sexo feminino procuram imitar aves alimentando seus filhotes, ingerindo a maior quantidade possível de alimento, até que não possam evitar o regurgitamento.

Ostentativa
[Do lat. ostentativare]
S. t. d.
1. ato ou efeito de exibir uma aventura, alardear feito por fazer.
2. Instigação feita com brilho e glória para o mal, para o pecado.
Pau-espelho
[Do latim arbore speculum]
S. f.
1. Arbusto aquático, que só sobrevive nas regiões tropicais, durante os períodos de sol intenso, quando consegue ter sua imagem permanentemente refletida nas águas doces de riachos, igarapés e pequenos lagos. Acreditam as populações ribeirinhas que ele não se reproduz por ficar admirando sem cessar sua própria e rara beleza.
2. V. Pau-de-espelho.
3. V. Árvore de Si.
4. V. Curapitã.

Quilelenga-verde
[Do berbere Kwilherlingu]
S.f.
Gênero de planta da família das quilelengáceas, de cujas raízes e cascas, amargas, se extrai uma bebida fermentada de poder alucinógeno, capaz de causar visões e sonhos em quem as consome. Porém sua força é tamanha que dificilmente as pessoas têm visões que as agradem ou sonhos que as tranquilizem. São, no mais das vezes, visões de dentes que a tudo destrincham, ondas que a tudo varrem e arrastam, ou garras que rasgam qualquer peles ou obstáculos. E os sonhos são sempre com a própria morte. Os nablas e os atleds, povos que habitavam os Montes Atlas, na província da Cirenaicca, a oeste da Líbia, a chamavam de “a planta da intriga”, mas sempre se guerreavam sob o efeito da quilelenga-verde. E assim acabaram se extinguindo mutuamente.

Sete-Fios
S.m.
Planta originária da península coreana। Durante a dinastia Chi’Eng, na Coréia do século VI, numa reunião do conselho real, o sábio Hon Xiui anunciou a descoberta de uma planta que possuía cinco fios que formavam linhas paralelas perfeitas. Ele a batizou de planta-do-infinito. Mas Tsie-Mun, sábio de uma província vizinha, não admitiu ficar aquém de seu colega e mentiu dizendo que, em sua província, havia uma planta também de fios perfeitamente paralelos, como a natureza nunca criara, mas com uma diferença: eram sete e não apenas cinco, esses fios. Na discussão que se seguiu, cada um dos sábios acusava o outro de mentiroso. O monarca então decidiu que ele e a comitiva de sábios visitariam as duas províncias e conheceriam as duas plantas. Na província de Tsie-Mun ficou provada a sua mentira. Ele foi condenado a nunca mais poder ler e teve que trabalhar como jardineiro pelo resto da vida. O que fez com tal afinco e perseverança que, já no fim da vida, conseguiu criar a planta dos sete fios paralelos, depois de anos e anos de enxertos. Mas, devido a sua história, ninguém em todo reino acreditou em suas palavras. Além da planta nova, Tsie-Mun criou para todo o mundo a expressão “sete é conta de mentiroso”.

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