terça-feira, 25 de agosto de 2009

CHIPS – o prazer da batata & o poder do circuito –


TERRA DO NUNCA

Como faz todos os dias Wendy anota a senha do banco num pedaço de papel que guarda no sutiã. Depois pega a sacola e antes de sair, para em frente ao banheiro e bate na porta.

- Peter Pan, meu bem.

Como ele não responde, ela bate com mais força.

- Peter! Peeeeter!

- Hã.

- Estou saindo. Vou no mercado e depois no banco. Você quer alguma coisa do mercado?

- Não.

- Mas a sua semente de linhaça está acabando. Você não quer que eu traga?

- Não.

- Mas, Peter, meu bem, o médico recomendou a semente de linhaça pro seu intestino. Eu trago sem problema. Não é pesado. Vou trazer, está bem?

- Tá.

- Ah, vou passar no banco e pegar o extrato da nossa conta. Você viu que deu um real e cinquenta centavos de diferença?

Novamente Peter não responde e Wendy insiste.

- Você viu, Peter?

- Não.

- Mas deu. Você não acha que a gente devia falar com o gerente?

- Tá.

- Tá o que, Peter? Você quer que eu fale ou você mesmo quer falar?

- Tá.

- Tá o quê, homem? Você fala? Que ir comigo? Se você quiser ir comigo eu te espero.
Você quer ir comigo?

Dentro do banheiro, Peter Pan larga o próprio pau, ainda flácido, guarda as fotos de Sininho e desiste de se masturbar pensando na fadinha. Suspende as calças e abre a porta.

- Eu vou com você, meu amor.

Um comentário:

  1. "Dentro do banheiro, Peter Pan larga o próprio pau, ainda flácido, guarda as fotos de Sininho e desiste de se masturbar pensando na fadinha".
    É... na terra do nunca não se cresce mesmo.

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