TERRA DO NUNCA
Como faz todos os dias Wendy anota a senha do banco num pedaço de papel que guarda no sutiã. Depois pega a sacola e antes de sair, para em frente ao banheiro e bate na porta.
- Peter Pan, meu bem.
Como ele não responde, ela bate com mais força.
- Peter! Peeeeter!
- Hã.
- Estou saindo. Vou no mercado e depois no banco. Você quer alguma coisa do mercado?
- Não.
- Mas a sua semente de linhaça está acabando. Você não quer que eu traga?
- Não.
- Mas, Peter, meu bem, o médico recomendou a semente de linhaça pro seu intestino. Eu trago sem problema. Não é pesado. Vou trazer, está bem?
- Tá.
- Ah, vou passar no banco e pegar o extrato da nossa conta. Você viu que deu um real e cinquenta centavos de diferença?
Novamente Peter não responde e Wendy insiste.
- Você viu, Peter?
- Não.
- Mas deu. Você não acha que a gente devia falar com o gerente?
- Tá.
- Tá o que, Peter? Você quer que eu fale ou você mesmo quer falar?
- Tá.
- Tá o quê, homem? Você fala? Que ir comigo? Se você quiser ir comigo eu te espero.
Você quer ir comigo?
Dentro do banheiro, Peter Pan larga o próprio pau, ainda flácido, guarda as fotos de Sininho e desiste de se masturbar pensando na fadinha. Suspende as calças e abre a porta.
- Eu vou com você, meu amor.
"Dentro do banheiro, Peter Pan larga o próprio pau, ainda flácido, guarda as fotos de Sininho e desiste de se masturbar pensando na fadinha".
ResponderExcluirÉ... na terra do nunca não se cresce mesmo.