PRÉ-HISTÓRIA
Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
Pré-história é do poeta Murilo Mendes, está em seu livro O Visionário, que reúne poemas de 1930 a 1933. Católico e ligado aos surrealistas, Murilo Mendes pode ser definido um pouco por um verso seu: “viva eu que inauguro no mundo o estado de bagunça transcendente”.
Já os desenhos são do artista plástico Flávio de Carvalho. Trata-se da série “Minha Mãe Morrendo”. São nove desenhos em grafite sobre papel, onde ele retrata os instantes finais e agonizantes de sua mãe. (Aqui eu reproduzo cinco deles.)
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