sexta-feira, 26 de junho de 2009

LHUFAS - coisa com coisa nenhuma

A PORNOGRAFIA BATE À SUA PORTA!

Aula inaugural da professora Sílvia Sintagma
na Universidade da Polícia Federal do Rio de Janeiro

Caros alunos,

Mesmo as mulheres afegãs mais recatadas e cobertas por burkas estão desavergonhadamente despidas, nuas, inteiramente nuas por debaixo daqueles panos todos. Esta é apenas uma das provas de que a pornografia tomou conta da humanidade.

E não pensem que essa licenciosidade está longe de nós. Não! A devassidão se encontra no seio de nossos lares, isso sem falar em outras partes menos amamentícias. E para provar minha tese, hoje tomo como exemplo os inocentes versos do cancioneiro popular:

Batatinha quando nasce
Se esparrama pelo chão.

Tão singelo, não? É o que vocês pensam! Isso é safadeza da grossa! Libertinagem! E eu vou provar.

Tomemos a primeira palavra do poema: BATATINHA. Porque “batatinha” e não batata, simplesmente? Ora, o diminutivo é mais carinhoso, mais íntimo. Mas que intimidades são essas, pergunto eu. Da intimidade pra pouca vergonha é um pulo, um passo, um dedo! Imoralidade, isso sim! Mas vamos adiante, porque a coisa só piora, meus amigos, só piora.

QUANDO. O que significa isso? Todos sabem que “quando” pode ser a qualquer hora, até depois das 22, que já é hora de gente de bem estar em casa e de criança estar dormindo. O que andam fazendo por aí depois das 22 horas eu não tenho coragem de mencionar em público. Mas vocês sabem muito bem do que eu estou falando. Não se façam de engraçadinhos comigo. E agora todo cuidado é pouco. Chegamos ao primeiro verbo dessa devassidão em forma de versos.

NASCE. A forma verbal “nasce” não foi feita para andar por aí de boca em boca. Por acaso alguém nasce em local público? No meio da rua? Nos parques da cidade? Claro que não. É na maternidade, em quarto separado, com tudo esterilizado e médico de lenço na cara para prevenir certos contatos e possíveis doenças infecto-contagiosas cujo nome nem é bom lembrar. Embora todos aqui estejam carecas de saber ao que eu estou me referindo. Ou vão ficar aí se fazendo de desentendidos? Hã? Pois preparem-se porque a pornografia só aumenta nessa bandalheira que ainda ousa se denominar “poesia”.

ESPARRAMA, Deus meu, “esparrama”! A pessoa ou ser vivo que... (desculpem a repetição do termo chulo mas é necessário) se “esparrama” é completamente desprovida de bons modos, não traz de berço nenhum sinal de educação e não tem as mínimas condições para o convívio em sociedade. Deviam era “esparramar” um canalha como esse numa penitenciária de segurança máxima, em defesa da moral e dos bons costumes. Pois vocês pensam que terminou? Segurem-se nas cadeiras! O pior ainda está por vir.

PELO. Eis aí um vocábulo cheio de duplos sentidos. Só em pensar em certos “pelos” em sinto náuseas, minha pressão cai, a sudorese toma conta de mim. Além disso, esse é um poema supostamente feito para entreter as crianças. E desde a Grécia Clássica que o conhecimento humano já comprova serem as crianças indivíduos praticamente desprovidos de “pelos”. Sócrates falou sobre isso em seus discursos. E se não falou devia ter falado, aquele libertino. Qual então o intuito do autor destes versos? Fazer com que nossos filhos convivam com... “pelos”? Ora, pelo amor de Deus, não é à toa que este sujeitinho pervertido não assinou tais versos, preferindo se manter no mais covarde anonimato. É assim que agem os que querem destruir nossa civilização. Mas vamos logo até o fim desse descalabro.

CHÃO. Ora, caros alunos, francamente! Quem em sã consciência deseja ficar ao nível do “chão”? O “chão” está sempre sujo, ainda mais com as empregadinhas que andam por aí. No “chão” se cospe e os cachorros fazem coisas que nem convém citar numa instituição de ensino como essa, que é de nível superior, estando portanto bem acima do chão.

Aí está, estudantes. O que parecia um simples dístico popular se revela um amontoado de impropérios. E daí pro sexo desenfreado, selvagem, num quarto escuro, com muita gente besuntada de mel e com chicotes e velas e algemas é um pulo. Se esse “poema” foi divulgado de geração em geração pela boca do nosso povo isso prova que nosso povo devia era ficar de boca fechada pra não falar besteira.

Na próxima aula estudaremos os desvios sexuais nas equações de segundo grau.


Sílvia Sintagma é doutora em Letras Maiúsculas pela Universidade de Tahihoo, em Rexona do Sul. Colabora com o blog Patavina’s porque Cesar Cardoso possui fotos comprometedoras dela e ameaça colocar na rede.

2 comentários:

  1. Cesinha! Maravilha! Ah, amigo, que belo monólogo daria isso! Rapaz, o texto tem potência de uma "dona Margarida", revista e ampliada! Parabéns!!!!Beijão
    Celso

    ResponderExcluir
  2. Valeu, Celso.
    Sabe que tenho vários assim? Um dia eu junto.
    Beijo
    Cesar

    ResponderExcluir