quinta-feira, 23 de julho de 2009

AVISO AOS NAUFRAGANTES

PÉROLAS RUBINATAS

Adoniran Barbosa, que se chamava João Rubinato e não existe mais, cantou a sua São Paulo, que ficava em São Paulo e também não existe mais. Foi assim que os dois ficaram pra sempre.

“Minha mudança é tão pequena / que cabe no bolso de trás.”

“Amanhã vou trabalhar se Deus quiser. / (Mas Deus não quer.)”

“Hoje eu vivo no abandono / um vira-lata sem dono / e pra me judiar, Pafunça, / nem meu nome tu pronunça.”

“Doutor, eu vou lhe ser franco, / por essa nega eu já vi muito branco / subir parede lisa de tamanco.”

“Essa mulher sabe que por ela / sou capaz de tudo, / sou capaz até / de atravessar a rua dos Gusmões / lendo Ali Babá e os Quarenta Ladrões...”

“E no chão / bem perto do fogão / encontrei um papel escrito assim: / pode apagar o fogo, Mané, / que eu não volto mais.”

“Minha maloca / a mais linda que eu já vi / hoje está legalizada / ninguém pode demolir. / Minha maloca / a mais linda desse mundo / ofereço aos vagabundos / que não têm onde dormir.”

“Eu sou a lâmpida / e as mulher é as mariposa...”

2 comentários:

  1. “Não seja bobo
    Não se escacha
    Mulher, patrão e cachaça
    Em qualquer canto se acha”.

    Outra grande pérola!

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  2. Pois é, Oswaldo, o Adoniran é um verdadeiro criadouro de ostra ou almoxarifado de joalheria: tem pérola pra todo lado.
    O homem era um gênio.

    Cesar

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