Carochinhas Brazileiras
1.
história do brasil
Era uma vez...
2.
a primeira missa
o descampado está limpo
a cruz está pronta
os paramentos do padre, passados
as hóstias, cozidas
quem vamos pegar pra cristo?
3.
de família
thomas staden
irmão de hans
desembarcou na capitania de pernambuco
também capturado pelos índios
acabou devorado
e suas memórias
o vento espalhou na taba
azar distinto do irmão
ou costumes de outra tribo
4.
made in pindorama
sardinhas bispo
as únicas que não contêm catequese
5.
a vinda da família
lá vai uma barquinha carregadinha de...
fujões
6.
santa mãe!
a rainha não diz coisa com coisa
nossa primeira padroeira
7.
família real
rei dangola
quilombola
bom de bola
8.
os mares nunca dantes
desbravar
desbravata
9.
sonhos de uma noite de verão
ah se villegagnon ganhasse
ah se os inglezes had
ah se
ah se
ah se
e a gente aqui
esperando dom sebastião
e aturando tião
10.
my land
preciso juntar moeda
preciso correr preuropa
pra fazer canção do exílio
11.
herança
liberdade liberdade
abre as patas sobre nós
O poema “Carochinhas Brazileiras” foi classificado entre os dez primeiros no Prêmio Off-Flip de Poesia, da Feira Literária de Paraty e será publicado em breve, numa coletânea organizada pelo concurso.
Cesar, primorosos os poemas!
ResponderExcluirOswaldo
Meu caro Oswaldo,
ResponderExcluirVocê é suspeito, suspeito. Mas quem não é suspeito? A poesia é suspeitíssima. Todos nós somos. A suspeição é nosso ponto de encontro, não é não?
Beijo
Cesar.
A Cesar o que é dele! Ave!
ResponderExcluirMuito boas as suas Carochinhas. Amei!
Beijos!
Valeria