sexta-feira, 29 de outubro de 2010

THAT’S ALL, FOLKS!

Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplastro, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais: não padeci a morte da Dona Plácida, nem a semidemência do Quicas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.

Palavras finais do autor-defunto ou defunto-autor Brás Cubas, em suas Memórias Póstumas.

3 comentários:

  1. Na minha idade encanto-me pouco com o que chamam "novo". Não é velhice, é chatice. Coisas de perfil, cacoetes intelectuais e outros que tais menos votados.
    De repente, num out of the blue de uma pós eleição-não-importa-o-quê, encontro seus escritos. E que prazer é a leitura, quando nos faz sorrir pela inteligência em palavras.
    É... a revista...Ultimamente há umas revistas fatalmente presunçosas. Começam bem mas se lustram demais e o brilho incomoda.
    Vou tentar mais uma vez. Por sua causa.
    Edith Sarmento Dutra

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  2. Cara Edith,

    E eu sigo em frente. Por sua causa também.

    Obrigado e beijo

    Cesar

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  3. Tudo bem. Mas votou? Se ainda está sob o efeito alucinógeno dos debates políticos,é melhor acordar e começar a trabalhar escrevendo essas coisas aí pois a Dilminha já está provando o enxoval de presidenta-enta-enta.
    Garoto-menino, creia-me... Armagedon was yesterday - now we have a serious problem.

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